segunda-feira, 18 de maio de 2015

Os cinco maiores desafios da maternidade

Resolvemos criar este blog por sentirmos uma enorme necessidade de falar sobre um tema que mudou nossas vidas para sempre, a maternidade. E também para dividir nossas experiências com outras mães que estão sempre buscando informações para fazer as escolhas que julgam ser as melhores para seus filhos.
Apesar de todos os momentos lindos, um amor incondicional e uma felicidade sem tamanho, a maternidade não é só um anúncio de margarina. Esse momento tão especial na vida de nós, mulheres, também traz muitos desafios, a maioria deles sem uma explicação pronta, uma receita médica, ou um artigo científico. Até porque cada mãe é uma mãe e cada filho é um filho. O que serve pra mim, às vezes não serve pra vocês. E o que pensávamos que seria simples na teoria, na prática é outra história.
Por isso, no primeiro texto desse nosso espaço resolvemos falar sobre os maiores desafios da maternidade para cada uma de nós, que podem ser parecidos ou totalmente diferentes, especialmente porque nossos filhos tem idade, gênero, personalidade e criação diferentes. Mas o que importa é trocar experiências para aprender sempre. Vem com a gente! E não deixe de nos contar quais foram seus maiores desafios.

Dânae - mãe do Caio de nove meses


1) Sono
O sono do meu filho com certeza foi e ainda é um dos meus maiores desafios como mãe. Eu sempre li que todo recém-nascido passava a maior parte do tempo dormindo, que todo bebê só mamava e dormia. Comigo não aconteceu nada disso. Desde que chegou em casa da maternidade o meu filho tinha muita dificuldade de dormir. Ele passava quase o dia todo acordado e mamando. Eu só conseguia que ele dormisse fora do meu colo em um único período do dia, que nunca tinha um horário certo. Eu passei dois meses como um zumbi. Só quando ele tinha dois meses que eu consegui que ele dormisse melhor (isso é papo para outro post). Mas isso ainda é uma dificuldade pra mim. Ele dorme bem de dia, mas acorda muitas vezes à noite. E ficou com a mania de dormir mamando no peito, que eu ainda não consegui tirar.
 2) Rotina
Essa foi uma das minhas maiores dificuldades quando ele era recém-nascido. Eu lia milhares de livros, matérias, artigos e todos falavam que as crianças mamavam de três em três horas e sobre a importância do bebê ter uma rotina. Mas como ele não dormia direito e passava quase todo o dia mamando, eu não conseguia estabelecer uma rotina. Eu me achava um verdadeiro ET e me sentia muito culpada. Mas, hoje, olhando para trás, eu vejo como me desgastei em busca de uma rotina que não era possível naquele momento. Eu só consegui estabelecer uma rotina nele, baseada na alimentação de três em três horas, quando ele passou a dormir melhor. Hoje, ele tem uma rotina bem estruturada e, com certeza, é a melhor coisa para os bebês. Mas, não se desespere, cada mãe precisa do seu próprio tempo para fazer isso.
 3) Amamentação
Eu amo amamentar. Meu filho mama até hoje e não pretendo parar tão cedo, mas minha produção de leite nunca foi uma Brastemp. Por isso, conseguir que ele mamasse exclusivamente no peito até os seis meses foi uma grande vitória, especialmente quando voltei a trabalhar, quando ele tinha cinco meses. Eu tinha que deixar de duas a três mamadeiras para ele por dia e era muito complicado tirar essa quantidade de leite no trabalho e em casa. Foi bem difícil e me orgulho muito de ter conseguido. Até hoje, eu nunca dei outro tipo de leite pra ele que não fosse o meu.
 4) Volta ao Trabalho
Esse foi o momento mais difícil pra mim até hoje. Depois de me dedicar cinco meses exclusivamente ao meu filho, deixar ele aos cuidados de uma outra pessoa e passar o dia inteiro longe dele foi muito triste pra mim. Pensei muitas vezes em abandonar meu emprego pra ficar com ele, mas não pude me dar este luxo. Tinha contas para pagar e não podia depender só do meu marido. Foi muito mais difícil pra mim do que pra ele. Sofri demais e sofro até hoje por não estar mais perto dele.
 5) Independência
A gente sempre ouve que cria o filho para o mundo. Mas eu confesso que sou uma mãe muito apegada. Tenho muita dificuldade de deixar os cuidados do meu bebê com outra pessoa. Gosto de fazer tudo, participar de tudo. E meu filho também é muito grudado comigo. Sei que preciso melhorar isso, que ele precisa criar vínculos com outras pessoas, mas ainda estou tentando melhorar.

Danielle - mãe da Sofia de 2 anos e nove meses



1) Amamentação
Durante todo o meu pré-natal minha obstetra brincava que eu seria uma “vaca leiteira”. Eu acreditava, pois minha irmã foi e imaginei que a genética não iria me desapontar. Não foi isso que aconteceu! Logo na minha alta da maternidade a pediatra que acompanhou meu parto me deu uma noticia preocupante sobre minha filhota. Soube que ela poderia ter um probleminha no quadril chamado ortoloni. Já ouviram falar? Eu não! Bom, depois fazemos um post sobre o assunto. Acredito que por conta desse susto, meu leite não desceu como deveria. Foi um mês de tensão entre exames e cuidados. Por conta desse probleminha minha amamentação, o momento que mais sonhava, não foi tão mágico. Tive que introduzir o leite artificial (pelo menos 1 mamadeira ao dia) para a Sofia não perder tanto peso. Ela tinha apenas 10 dias. Foi triste, muito triste, mas superei. Me esforcei como pude, tomava plasil por dois dias e um não, cápsula de alfafa manipulada, me alimentava super bem e consegui dar de mamar até 4 meses. Por enquanto tenho certo na minha cabeça que não terei o segundo filho. Caso mude de ideia, o meu maior desejo é que a amamentação seja diferente.
 2) Culpa
Brigava comigo mesma todos os dias para não deixar que a culpa me consumisse. É do ser humano, ainda mais mãe, se culpar por tudo. Por não conseguir amamentar, por deixar o filho dormir com a fralda “suja” (o cansaço fala mais alto), porque não conseguiu chegar a tempo do trabalho, por desejar um tempinho só para fazer xixi em paz, etc. Me culpei tanto durante a licença-maternidade, ops, me culpo até hoje  Minha culpa aumentou quando minha filhota caiu da cama quando tinha apenas 4 meses. Ela não se virava sozinha até o dia que caiu. Eu sei que foi uma falha deixá-la sozinha na almofada de amamentação só por um minuto, tempo de ir na cozinha pegar a mamadeira. Um minuto para os bebês é tempo suficiente para fazer várias artes. Sou humana e passível de erros. O pai dela, em vez de me acalmar, quase me matou. Superei, mas essa foi a pior culpa, juro. Ainda não entra na minha cabeça que sou a melhor mãe para a minha filha. Juro que ainda vou aceitar esse troféu! Quem sabe quando a Sofia estiver com uns 80 anos eu melhore rsrs.
 3) Cólica
Momento tenso esse, muito ruim mesmo. A sensação de impotência é a pior. Sua filha se contorcendo de dor e você tentando de tudo para que o sofrimento acabe, mas não consegue. Sofia foi apresentada a chupeta na primeira dor e resolveu muito bem, ela ficou calminha. Mas a cólica punk aconteceu justo no dia que eu estava sozinha com ela. A criança chorou de 07h30 às 20h. Tive um surto de desespero misturado com cansaço, não sei explicar. Chovia bastante nesse dia e não saímos para o passeio matinal. Juntou tudo, perceberam? É assim mesmo que acontece! No meu auge do surto olhei para o rostinho lindo da minha filha e falei: eu não aguento mais ouvir o seu choro. Para!!! Joguei ela na minha cama. Não gosto nem de lembrar desse episódio, mas preciso contar e não tenho nenhuma vergonha em admitir esse ato horrível. Graças a Deus não aconteceu nada com ela. Minutos depois eu só sabia chorar e beijar, beijar muito minha filha. O arrependimento logo passou e com ele vieram várias promessas.
 4) Volta ao trabalho
Acho que para qualquer mãe esse desafio é bem traumático. Retornei ao trabalho quando minha filha tinha acabado de completar 5 meses. Fui chorando e voltei chorando. Engraçado que antes do término da licença, quando ela tinha apenas 2 meses, conversava com meu marido que não via a hora de retornar ao trabalho. Quando faltavam 15 dias para o retorno ao trabalho o discurso era outro. Comecei a implorar para ele que me sustentasse, que não me deixasse voltar para o trabalho, etc. Foi muito complicado aceitar que minha filha iria ficar com a babá mais tempo do que comigo. Graças a Deus tive sorte com a babá. Tinha dias que minha filha não queria saber do meu colo, trocava dormir comigo para ir com a babá. No início foi duro aceitar essa rejeição, mas fui me adaptando. Foi bom para a minha filha eu não abandonar o trabalho. Acho que se optasse pelo contrário ela não seria a Sofia que é hoje.
 5) Educação
Acho que o meu maior desafio como mãe foi e continua sendo o de educar a Sofia para ser uma pessoa do bem. Acredito que essa seja uma das tarefas mais complexas e exigentes que uma pessoa ter: a de encaminhar, orientar uma criança na intenção de ajudar a torná-la aquele tipo de pessoa que o mundo precisa: honesta, solidária, justa, carinhosa. Tem a fase de emprestar o brinquedo, não ser egoísta, enfim vários pontos que estressam bastante. Educar é uma arte, pois a cada minuto a criança testa os pais. Cansa fisicamente e psicologicamente falar NÃO para tudo. Além disso, os “pitacos” dos familiares e amigos também irritam bastante. Ouvir que é sua filha é mimada, cheia de vontade, que precisa de um irmão, etc, etc, etc é bem chato. Respiro fundo até hoje para não ser grosseira e vou “tocando” o barco.

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