Resolvemos criar este blog por sentirmos
uma enorme necessidade de falar sobre um tema que mudou nossas vidas para
sempre, a maternidade. E também para dividir nossas experiências com outras mães
que estão sempre buscando informações para fazer as escolhas que julgam ser as
melhores para seus filhos.
Apesar de todos os momentos lindos, um amor
incondicional e uma felicidade sem tamanho, a maternidade não é só um anúncio
de margarina. Esse momento tão especial na vida de nós, mulheres, também traz
muitos desafios, a maioria deles sem uma explicação pronta, uma receita médica,
ou um artigo científico. Até porque cada mãe é uma mãe e cada filho é um filho.
O que serve pra mim, às vezes não serve pra vocês. E o que pensávamos que seria
simples na teoria, na prática é outra história.
Por isso, no primeiro texto desse nosso
espaço resolvemos falar sobre os maiores desafios da maternidade para cada uma
de nós, que podem ser parecidos ou totalmente diferentes, especialmente porque
nossos filhos tem idade, gênero, personalidade e criação diferentes. Mas o que
importa é trocar experiências para aprender sempre. Vem com a gente! E não
deixe de nos contar quais foram seus maiores desafios.
Dânae - mãe do Caio de nove meses
1) Sono
O sono do meu filho com certeza foi e ainda
é um dos meus maiores desafios como mãe. Eu sempre li que todo recém-nascido
passava a maior parte do tempo dormindo, que todo bebê só mamava e dormia.
Comigo não aconteceu nada disso. Desde que chegou em casa da maternidade o meu
filho tinha muita dificuldade de dormir. Ele passava quase o dia todo acordado
e mamando. Eu só conseguia que ele dormisse fora do meu colo em um único
período do dia, que nunca tinha um horário certo. Eu passei dois meses como um
zumbi. Só quando ele tinha dois meses que eu consegui que ele dormisse melhor
(isso é papo para outro post). Mas isso ainda é uma dificuldade pra mim. Ele
dorme bem de dia, mas acorda muitas vezes à noite. E ficou com a mania de
dormir mamando no peito, que eu ainda não consegui tirar.
2) Rotina
Essa foi uma das minhas maiores
dificuldades quando ele era recém-nascido. Eu lia milhares de livros, matérias,
artigos e todos falavam que as crianças mamavam de três em três horas e sobre a
importância do bebê ter uma rotina. Mas como ele não dormia direito e passava
quase todo o dia mamando, eu não conseguia estabelecer uma rotina. Eu me achava
um verdadeiro ET e me sentia muito culpada. Mas, hoje, olhando para trás, eu
vejo como me desgastei em busca de uma rotina que não era possível naquele
momento. Eu só consegui estabelecer uma rotina nele, baseada na alimentação de
três em três horas, quando ele passou a dormir melhor. Hoje, ele tem uma rotina
bem estruturada e, com certeza, é a melhor coisa para os bebês. Mas, não se desespere,
cada mãe precisa do seu próprio tempo para fazer isso.
3) Amamentação
Eu amo amamentar. Meu filho mama até hoje e
não pretendo parar tão cedo, mas minha produção de leite nunca foi uma
Brastemp. Por isso, conseguir que ele mamasse exclusivamente no peito até os
seis meses foi uma grande vitória, especialmente quando voltei a trabalhar,
quando ele tinha cinco meses. Eu tinha que deixar de duas a três mamadeiras
para ele por dia e era muito complicado tirar essa quantidade de leite no
trabalho e em casa. Foi bem difícil e me orgulho muito de ter conseguido. Até
hoje, eu nunca dei outro tipo de leite pra ele que não fosse o meu.
4) Volta ao Trabalho
Esse foi o momento mais difícil pra mim até
hoje. Depois de me dedicar cinco meses exclusivamente ao meu filho, deixar ele
aos cuidados de uma outra pessoa e passar o dia inteiro longe dele foi muito
triste pra mim. Pensei muitas vezes em abandonar meu emprego pra ficar com ele,
mas não pude me dar este luxo. Tinha contas para pagar e não podia depender só
do meu marido. Foi muito mais difícil pra mim do que pra ele. Sofri demais e
sofro até hoje por não estar mais perto dele.
5) Independência
A gente sempre ouve que cria o filho para o
mundo. Mas eu confesso que sou uma mãe muito apegada. Tenho muita dificuldade
de deixar os cuidados do meu bebê com outra pessoa. Gosto de fazer tudo,
participar de tudo. E meu filho também é muito grudado comigo. Sei que preciso
melhorar isso, que ele precisa criar vínculos com outras pessoas, mas ainda
estou tentando melhorar.
Danielle - mãe da Sofia de 2 anos e nove meses
1) Amamentação
Durante todo o meu pré-natal minha obstetra
brincava que eu seria uma “vaca leiteira”. Eu acreditava, pois minha irmã foi e
imaginei que a genética não iria me desapontar. Não foi isso que aconteceu!
Logo na minha alta da maternidade a pediatra que acompanhou meu parto me deu
uma noticia preocupante sobre minha filhota. Soube que ela poderia ter um
probleminha no quadril chamado ortoloni. Já ouviram falar? Eu não! Bom, depois
fazemos um post sobre o assunto. Acredito que por conta desse susto, meu leite
não desceu como deveria. Foi um mês de tensão entre exames e cuidados. Por
conta desse probleminha minha amamentação, o momento que mais sonhava, não foi
tão mágico. Tive que introduzir o leite artificial (pelo menos 1 mamadeira ao
dia) para a Sofia não perder tanto peso. Ela tinha apenas 10 dias. Foi triste,
muito triste, mas superei. Me esforcei como pude, tomava plasil por dois dias e
um não, cápsula de alfafa manipulada, me alimentava super bem e consegui dar de
mamar até 4 meses. Por enquanto tenho certo na minha cabeça que não terei o
segundo filho. Caso mude de ideia, o meu maior desejo é que a amamentação seja
diferente.
2) Culpa
Brigava comigo mesma todos os dias para não
deixar que a culpa me consumisse. É do ser humano, ainda mais mãe, se culpar
por tudo. Por não conseguir amamentar, por deixar o filho dormir com a fralda
“suja” (o cansaço fala mais alto), porque não conseguiu chegar a tempo do
trabalho, por desejar um tempinho só para fazer xixi em paz, etc. Me culpei
tanto durante a licença-maternidade, ops, me culpo até hoje Minha culpa
aumentou quando minha filhota caiu da cama quando tinha apenas 4 meses. Ela não
se virava sozinha até o dia que caiu. Eu sei que foi uma falha deixá-la sozinha
na almofada de amamentação só por um minuto, tempo de ir na cozinha pegar a
mamadeira. Um minuto para os bebês é tempo suficiente para fazer várias artes.
Sou humana e passível de erros. O pai dela, em vez de me acalmar, quase me
matou. Superei, mas essa foi a pior culpa, juro. Ainda não entra na minha
cabeça que sou a melhor mãe para a minha filha. Juro que ainda vou aceitar esse
troféu! Quem sabe quando a Sofia estiver com uns 80 anos eu melhore rsrs.
3) Cólica
Momento tenso esse, muito ruim mesmo. A
sensação de impotência é a pior. Sua filha se contorcendo de dor e você
tentando de tudo para que o sofrimento acabe, mas não consegue. Sofia foi
apresentada a chupeta na primeira dor e resolveu muito bem, ela ficou calminha.
Mas a cólica punk aconteceu justo no dia que eu estava sozinha com ela. A
criança chorou de 07h30 às 20h. Tive um surto de desespero misturado com
cansaço, não sei explicar. Chovia bastante nesse dia e não saímos para o
passeio matinal. Juntou tudo, perceberam? É assim mesmo que acontece! No meu
auge do surto olhei para o rostinho lindo da minha filha e falei: eu não
aguento mais ouvir o seu choro. Para!!! Joguei ela na minha cama. Não gosto nem
de lembrar desse episódio, mas preciso contar e não tenho nenhuma vergonha em
admitir esse ato horrível. Graças a Deus não aconteceu nada com ela. Minutos
depois eu só sabia chorar e beijar, beijar muito minha filha. O arrependimento
logo passou e com ele vieram várias promessas.
4) Volta ao trabalho
Acho que para qualquer mãe esse desafio é
bem traumático. Retornei ao trabalho quando minha filha tinha acabado de
completar 5 meses. Fui chorando e voltei chorando. Engraçado que antes do
término da licença, quando ela tinha apenas 2 meses, conversava com meu marido
que não via a hora de retornar ao trabalho. Quando faltavam 15 dias para o
retorno ao trabalho o discurso era outro. Comecei a implorar para ele que me
sustentasse, que não me deixasse voltar para o trabalho, etc. Foi muito
complicado aceitar que minha filha iria ficar com a babá mais tempo do que
comigo. Graças a Deus tive sorte com a babá. Tinha dias que minha filha não
queria saber do meu colo, trocava dormir comigo para ir com a babá. No início
foi duro aceitar essa rejeição, mas fui me adaptando. Foi bom para a minha
filha eu não abandonar o trabalho. Acho que se optasse pelo contrário ela não
seria a Sofia que é hoje.
5) Educação
Acho que o meu maior desafio como mãe foi e
continua sendo o de educar a Sofia para ser uma pessoa do bem. Acredito que
essa seja uma das tarefas mais complexas e exigentes que uma pessoa ter: a de
encaminhar, orientar uma criança na intenção de ajudar a torná-la aquele tipo
de pessoa que o mundo precisa: honesta, solidária, justa, carinhosa. Tem a fase
de emprestar o brinquedo, não ser egoísta, enfim vários pontos que estressam
bastante. Educar é uma arte, pois a cada minuto a criança testa os pais. Cansa
fisicamente e psicologicamente falar NÃO para tudo. Além disso, os “pitacos”
dos familiares e amigos também irritam bastante. Ouvir que é sua filha é
mimada, cheia de vontade, que precisa de um irmão, etc, etc, etc é bem chato.
Respiro fundo até hoje para não ser grosseira e vou “tocando” o barco.
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