quarta-feira, 10 de junho de 2015

Como fazer meu filho comer bem?


Seu filho faz cara feia quando vê legumes no prato? Olha para qualquer fruta e já diz que não gosta? Fique tranquila que o problema não é só na sua casa. Algumas mães passam por esse “drama” e se desesperam mesmo. Mas também não é para menos, né? A criança comia super bem até 1 ano e meio e depois começa a rejeitar qualquer alimento de uma hora para outra. O que fazer? Gritar, colocar de castigo, chantagear? Não! Nada disso funciona. Sei que na hora a gente faz, mas depois o arrependimento “bate” feio.

“Eu estou passando por essa fase há alguns meses. Juro, não é nada legal! O pior é ouvir de avós, amigos a fatídica frase: “nossa ela é ruim de boca, chata para comer”. Irrita!!! Já gritei, chorei (ops, choro até hoje), coloquei de castigo inúmeras vezes, prometi dar doce em troca, presente que ela mais deseja, chamei atenção na frente de pessoas que não deveria, constrangi minha filha, fiz tudo que não se deve fazer. Não resolveu! Fiz tudo que os livros, psicólogos, pediatras, nutricionistas não recomendam. Portanto, tenho crédito para afirmar: NÃO ADIANTA SE DESESPERAR! Sofia é uma criança de personalidade muito forte. Não volta atrás em nada. Ceder é uma palavrinha que ela desconhece. Resolvi mudar a tática e está melhorando um pouco, bem pouco rsrsr. Hoje levo a Sofia para fazer as compras, ela manuseia os alimentos e escolhe as frutas. Além disso, na hora da refeição optei por desligar a televisão. Tem dia que o “bicho” pega e aí cedo e ligo a TV, coloco desenho no tablet”, Danielle Campos - mãe da Sofia de 2 anos e 10 meses.

 “Ainda não posso ser parâmetro para falar sobre alimentação porque meu filho só tem 10 meses. Ele come de tudo e super bem, mas sei que esse cenário maravilhoso pode mudar de uma hora para outra quando ele tiver mais poder de decisão sobre o que quer ou gosta. Mas, enquanto isso não acontece, eu vou fazendo minha parte. Eu sou adepta de uma alimentação saudável e vou fazer de tudo para que meu filho seja também. Não frequento redes de fast food e na minha casa não tem refrigerante, suco de caixinha, frituras, comidas industrializadas. Isso não faz parte do nosso cardápio e não fará parte do dele, enquanto eu tiver o poder de decidir. Eu li muito sobre introdução alimentar e procuro seguir o que mais me identifiquei. O que mais acredito é no exemplo. Se você quer que seu filho se alimente bem, você precisa servir de inspiração. Outra coisa importante é a forma como você introduz o alimento na vida dos bebês a partir dos seis meses. Além da papinha, eu sempre procurei apresentar um alimento de cada vez para meu filho conhecer a textura, a cor, o gosto de cada um. Corto frutas, legumes e verduras do tamanho que ele consiga pegar e dou na mão dele para que experimente. Também é importante evitar as distrações, como TV e tablet, na hora da refeição. A criança precisa saber o que está comendo e sentir prazer naquilo. Eu gosto de fazer brincadeiras com bonecos, cantar, mas nada de TV. Além disso, procuro sempre levá-lo na feira e o incentivo a comer de tudo. Por enquanto, está dando certo. Ele come todos os tipos de fruta com a própria mão e dificilmente rejeita um alimento. E, se um dia ele rejeita, eu não insisto e deixo para outro dia.” – Dânae Mazzini, mãe do Caio de 10 meses.

Listamos algumas dicas baseadas em tudo que já lemos. Quem sabe não conseguimos ajudar outras mães.

- Seja o exemplo sempre. Desde cedo seu filho costuma imitar tudo que você faz e com alimentação não é diferente. Se ele ver o seu prato todo colorido com legumes e verduras, vai ficar muito mais interessado em fazer o mesmo.

- Faça uma boa introdução alimentar. A principal maneira de fazer com que as crianças comam bem é educar. É importante apresentar frutas e vegetais em seu formato original desde cedo. Assim, ela conhece o formato, a cor e o gosto das coisas e fica sempre aberta a experimentar coisas novas.

- O bebê pode demorar até 20 vezes para gostar de um alimento. Portanto, se ele cuspir um alimento, não desista. Apresente-o de maneira diferente, varie a forma de preparo. Você só pode dizer que seu filho não gosta de determinada coisa, depois de oferecer 20 vezes para ele. Óbvio que em dias e momentos diferentes.

- Ofereça a maior variedade alimentos possíveis para a criança, inclusive coisas que não aparecem muito no cardápio infantil, como quinoa, grão de bico, linhaça, frutas e legumes diferentes. Se o prato deles se resumir a arroz, feijão, batata, cenoura e carne, ela não vai ter o hábito de experimentar e seu paladar ficará muito limitado. Quanto mais variar o cardápio da criança, mais ela será aberta a experimentar novos sabores.

- Evite doces e alimentos industrializados. Muitas pesquisas defendem que as crianças devem ficar longe dos doces até, pelo menos, dois anos de idade e isso inclui biscoito (inclusive os de maisena), gelatinas, balas, chocolate e o próprio açúcar, que não deve ser usado em sucos e mamadeiras, até porque a criança não sente falta daquilo que não conhece. Suco de caixinha é basicamente a mesma coisa que refrigerante, tem a mesma quantidade de açúcar e a maioria tem aditivos, corantes. Prefira sempre os naturais e não exagere.

- Substitua o sal por ervas e temperos frescos. Comida de criança não precisa ser sem gosto, mas ao preparar o alimento do seu filho, deixe o sal de lado e invista em temperos mais naturais, como alho, cebola, salsinha, cebolinha, manjericão, cominho, entre outros. Ter uma hortinha em casa é uma maneira ainda mais eficiente de estimular a criança a gostar dessas coisas.

- Não trate alimentação como ferramenta de punição ou benefício. Não caia na tentação de prometer um doce ou um brinquedo se o seu filho comer tudo. Deixá-lo de castigo no caso de não comer, também só vai tornar a hora da refeição traumática.

- Use a criatividade na hora de servir os alimentos. Apresentação é tudo. Abuse dos pratos divertidos, coloridos, da fantasia (espinafre do Popeye, por exemplo), e dos jogos em família (que tal cada um ter que experimentar um novo alimento a cada refeição?).

- O responsável pelas ofertas de alimentos em casa é você. Se o armário de guloseimas está cheio e a fruteira vazia, provavelmente foi uma decisão sua.

- Merenda não é lugar de besteira. Se você colocar biscoito na lancheira, ela vai entender que aquilo é um hábito e vai pedir sempre. O mesmo acontece nos fins de semana. Se você condiciona a criança a comer besteira no fim de semana, ela não vai mais querer outra coisa.

- Procure criar uma rotina colocando horário para o café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar. Fica mais fácil de relacionar a fome com a hora da comida. Pode ser difícil no início, mas depois o organismo acostuma. Tente manter a mesma rotina nos fins de semana.

- Se ela não quiser almoçar o que você preparou, não ofereça guloseimas, tipo um nugget, ou troque por um alimento que ela mais gosta, como uma fruta ou vitamina. Espere ela dizer que está com fome ou tente de novo na próxima refeição.

- Evite os beliscos e lanches entre as refeições. Assim, a criança terá mais apetite e comerá melhor.

- Na hora da refeição, procure manter a criança sentada à mesa sem distrações (como TV e tablets), não encha demais o prato e respeite a saciedade dela. Também evite oferecer água ou suco durante a comida.

- Procure fazer as refeições em família. Mesmo que seu filho ainda seja um bebê, coloque a cadeirinha dele junto à mesa para que ele participe do momento. É muito mais divertido e prazeroso para a criança sentar com os pais. Ela ficará mais estimulada e comerá melhor.

- Envolva a criança em todo o processo da alimentação, seja para ir ao mercado escolher os alimentos até na hora de preparar o prato ou o suco. Ela terá muito mais interesse em comer aquilo que ajudou a preparar, fora que é uma agradável brincadeira.

- Evite se aborrecer tanto com opiniões de amigos e familiares. Isso só aumenta o estresse e faz você descontar no seu filho.

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